Cotas raciais: meio de resolução de um problema ou início de outro - Banco de redações


Cotas Raciais

Enviada em: 06/07/2012

Status:

Corrigida
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A questão da universalidade do acesso à educação e, consequentemente, à [a] universidades públicas se encontra no texto da própria Constituição Brasileira e, inclusive, é um direito de todo cidadão. No entanto, essa questão é complexa e não se limita a uma análise racial, mas também sócio-econômica [socioeconômica], política e histórica. A recente decisão do STF sobre a legitimidade das cotas raciais somente atesta a decadência do sistema de ensino pública [público] e põe em pauta a real eficiência de políticas "importadas".

De fato, é inegável a deficiência da educação pública brasileira, que vem sofrendo um sucateamento nas últimas décadas. A retração do papel do Estado nesse setor com a redução de investimentos só acaba acentuando a desigualdade social. Nesse sentido, como a maior parte da população na faixa de pobreza é negra, é esse grupo que sente as consequências mais graves de tal processo.

Além disso, outro fato que pode ser mencionado é a natureza dessa medida, adotada primeiramente em 1960 no Estados Unidos. Esse país, apesar de possuir um passado escravocrata e racista como o Brasil, diferencia-se por ser marcado pela segregação racial espacial mais do que puramente econômica. Dessa forma, o sucesso de uma política no exterior não garante o seu bom funcionamento aqui pelas próprias diferenças culturais e históricas entre diversos povos.

Não se pode esquecer de ressaltar, por último, a origem do problema racial no Brasil que remonta à abolição da escravidão sem a inclusão efetiva do negro que, mesmo com o passar dos anos, se manteve à margem do desenvolvimento econômico do país. Assim, é fundamental destacar que o sistema de cotas tanto racial quanto social não passa de uma medida paliativa, tornando-se necessário a reversão desse quadro por parte de autoridades e governos através de um investimento maciço na área educacional. Garante-se, desse modo, a igualdade competitiva a todos e desnecessárias medidas baseadas na classificação racial.

Percebe-se, portanto, que as cotas raciais, por mais que amenizem a situação de exclusão do negro pobre no Brasil, não são suficientes para a resolução do problema, demonstrando a deficiência da educação pública diante da privada. Uma política que estabelece uma diferença puramente racial entre os membros da sociedade pode ser no mínimo considerada racista e preguiçosa sem analisar profundamente a real questão.

Comentários do corretor


Seu projeto de texto foi bem construído e fez colocações muito válidas em torno da problemática imposta. No entanto, faltou um melhor trabalho com os recursos argumentativos (citação, ironia, comparações, contraposições, fatos, dados, exemplos, retrospectivas históricas etc.) para dar força a sua argumentação e enriquecer sua produção.


Competências avaliadas


Item Nota
Adequação ao Tema Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. 1.5
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. 2.0
Adequação ao Gênero Textual Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. 1.5
Adequação à modalidade padrão da língua Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. 1.5
Coesão e Coerência Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. 2.0
NOTA FINAL: 8.5


Saiba como é feito a classificação da notas
0.0 - Ruim 0.5 - Fraco 1.0 - Bom 1.5 - Muito bom 2.0 - Excelente