Leis que multam quem joga lixo no chão. Necessidade ou exagero?

Cidades que adotaram punição a quem suja as ruas já notam diminuição do lixo.
Em 10/07/2014 13h19 Por Jessica Gonçalves Pereira

A cidade do Rio de Janeiro já registrou diminuição do volume de lixo no chão
A cidade do Rio de Janeiro já registrou diminuição do volume de lixo no chão
Imprimir
Texto:
A+
A-
PUBLICIDADE

No início de julho entrou em vigor em Santos, no litoral paulista, a lei municipal que multa quem jogar lixo no chão. A intenção é conscientizar a população da cidade quanto aos prejuízos causados pelo descarte incorreto do lixo. As multas variam de R$ 150 a R$ 1000, de acordo com o volume do objeto descartado. 

A iniciativa divide opiniões, mas não é novidade no país. Algumas cidades, como o Rio de Janeiro, já adotam medidas punitivas a quem polui as ruas. Alguns acham necessários, já outros consideram os valores exagerados, entretanto é sabido que muitas mudanças de hábitos da sociedade só ocorreram porque o prejuízo financeiro pesou. Foi assim quando o uso de capacete e cinto de segurança passaram a ser obrigatórios no trânsito. 

Também aconteceu com implantação da Lei seca, que instituiu pesadas multas a quem dirige embriagado. É claro que ainda há muitas pessoas dirigindo por aí sob efeito do álcool, porém os índices tem diminuído. Sob esta perspectiva, leis que punem 'sujões' podem sim surtir efeito de conscientização, mesmo que forçada. 

Segundo dados da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) do Rio de Janeiro, em oito meses de implantação da lei o lixo no chão diminuiu 58% na cidade. Animador por um lado e lamentável por outro. Este dado mostra que ao sentir o peso no bolso o cidadão muda o hábito, mas também mostra a falta de educação e respeito de grande parte da população, que só se conscientiza após ser punida. 

Jogar lixo de no chão é uma falta de educação sem tamanho, porém a sociedade brasileira parece não perceber o quão grave é este gesto, que demonstra falta de consideração com o próximo e com a cidade. Sem contar que o brasileiro parece não se sentir responsável pelo próprio lixo que produz, como se isto fosse problema dos outros. 

O lixo descartado inapropriadamente nas ruas é causador de problemas como enchentes e doenças, além da poluição visual. Convenhamos, andar por ruas sujas não é nada agradável. Além disso, o lixo é um dos principais problemas ambientais no mundo atual e o tratamento dos resíduos sólidos ganha cada vez mais importância. 

Leis como esta, de Santos, dão o pontapé para uma mudança de comportamento extremamente necessária a um país que quer estar entre os maiores do mundo. Entretanto, a criação de medidas socioeducativas e infraestrutura adequada também se fazem necessárias. É ideal que educação e fiscalização andem juntas. 

E você, leitor? Concorda com a criação deste tipo de lei? Acha que a sua cidade também deveria tomar esta atitude? Deixe sua opinião nos comentários.